sexta-feira, 9 de abril de 2010


Caridade é Amor, e Amor ao próximo, é vida santificante, é fraternidade.
No Mundo laico de hoje, a palavra caridade tem vindo a ser substituída pela palavra solidariedade, modo envergonhado de designar a caridade autêntica.
Von de Mines referia que “os homens que se dizem incapazes de ser solidários com os outros homens, normalmente querem governa-los”. Sem dúvida que a solidariedade, como forma de relacionamento humano, já é importante, nomeadamente na solidariedade politica, social, económica, financeira, etc., mas a caridade autêntica ultrapassa os domínios humanos para ir ao encontro de Deus. É, acima de tudo, um viver e sentir o outro como de si mesmo se tratasse (na forma heróica que a todos nos interpela, é uma não-vivência de si mesmo para viver no outro). “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”, é o primeiro mandamento que Deus nos legou nas Tábuas do Sinai.

Cristo, no seu testemunho de dar a vida por todos e cada um de nós, ao deixar-se pregar no madeiro feito Cruz, deu-nos o sinal que é preciso mais e mais caridade para mudarmos este mundo cada vez mais economicista, ou seja, mais egoísta.
A autêntica Caridade, o ver-se e sentir-se no outro como em si mesmo, é sinónimo de Paz para quem a pratica e para quem a recebe, e é a única seiva para um mundo fraterno.

Mesmo que o Poder suba à cabeça, não deveria mudar nosso grau de caridade fraterna com simplicidade e humildade. Irmãos seremos sempre uns dos outros em igualdade da natureza humana embora exista diferença no exercício do carisma e do dom recebido de Deus. Nesse sentido é que se diz que somos todos iguais. É um absurdo o distanciamento que se criam por razões burocráticas, autoconceito de poderes, imperativos legais e outros adjetivos que costumam dar para fazer brilhar o poder temporal, o qual nada tem a ver com o imortal e eterno, portanto não corresponde ao amor e a caridade que é a simplicidade do Eterno refulgindo no perecível para santificar os mortais.

Penso que a vida fraterna dentro dos parâmetros da caridade do Evangelho deve ser a base de uma nova, eficiente e bem sucedida Evangelização. Evangelizar na Caridade é atrair a paz. Despojar-se de si, dos interesses meramente humanos e das grandezas que um pseudo poder, eventualmente poderia dar é, por si só, um ato de Cristianizar o mundo. A vida fraterna vivida conforme o programa traçado pelos Apóstolos e pelo próprio Jesus é o princípio Crístico, do amor dentro nós.

Sejamos irmãos, querendo o triunfo do outro. Criemos a paz abrindo espaços para o amor fraterno. Deixemos de lado todas as leis humanas e canônicas quando se trata de unir, congregar e agrupar irmãos na caridade, pois “Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame também a seu irmão”. ( I Jo. 4,21)